
Afinal, o que precisa estudar para ser advogado ? Muita gente tem essa dúvida. Isso porque, no imaginário popular, fazer a faculdade de Direito é o necessário para atingir esse objetivo. Porém, será que isso, de fato, é o suficiente ou a trajetória para a advocacia vai além do ensino superior?
Aqui você encontra a resposta para esses questionamentos. Além disso, vai conhecer melhor como é a formação nessa área e conferir dicas que vão ser essenciais para você ter um desempenho acima da média na sua vida universitária. Preparado? Então, vamos ao texto!
Qual a trajetória dos futuros advogados?
Para estar apto a atuar na área, você deve cumprir, obrigatoriamente, três etapas. São elas: ensino médio, graduação em Direito e aprovação no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) . Abaixo, falamos melhor sobre cada uma delas.
Ensino médio
O primeiro passo é a conclusão da educação básica. O motivo é simples: esse é um pré-requisito para qualquer cidadão começar o ensino superior no Brasil. Será a partir disso que você poderá concorrer a uma vaga na graduação em Direito e dar inicío ao seu percusso formativo na profissão escolhida.
Graduação em Direito
Para atuar no ramo jurídico, em particular na advocacia, é crucial que você se matricule nessa faculdade e, acima de tudo, obtenha o seu diploma de bacharel em Direito . Afinal de contas, é por meio dela que você terá contato com o arcabouço teórico da profissão, exercitará a prática profissional e desenvolverá as habilidades necessárias para o mercado brasileiro.
Aprovação no Exame da OAB
Para atuar na área jurídica, em atividades generalistas ou que não sejam privativas da advocacia, você não precisará realizar o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Ter feito a graduação será o suficiente.
Contudo, se o seu desejo é se tornar um advogado, a sua trajetória obrigatoriamente passará por essa avaliação. Afinal, como diz a lei nº 8.906/94 , para obter a inscrição oficial de advogado, você deve ter não apenas um diploma em Direito, como também ter sido aprovado no Exame da OAB.
Somente a partir daí será possível exercer atividades exclusivas da categoria, como descreve a lei, tal como representação de partes envolvidas em processos legais e a prática de consultoria, assessoria e direção jurídicas .
Lembrando que esse exame ocorre todo ano. Ao todo, são três edições com um intervalo de alguns meses entre elas — o que permite que, caso você não tenha tido um bom desempenho em uma delas, possa tentar novamente na próxima, não precisando esperar um novo ano. Além disso, ela tem outras características importantes. Tome nota:
- você já pode realizá-lo durante a faculdade . Basta estar no último ano do curso, como determina o provimento Nº 144/2011 da OAB;
- são duas etapas , sendo a primeira objetiva (com 80 questões), enquanto a segunda é discursiva (4 questões e uma peça processual);
- você passa da primeira etapa se acertar metade da prova objetiva e obtiver resultado igual ou superior a 60% na segunda parte;
- não há limite de aprovação, pois não se trata de vagas sendo disputadas. Basta obter o desempenho mínimo exigido pela OAB (mencionado há pouco) que você será aprovado e se tornará advogado.
Como é o curso de Direito?
São cinco anos de formação que contabilizam uma carga horária mínima de 3.760 horas de aprendizado teórico e prático pela qual os estudantes devem passar. Outro ponto de destaque é que a gradução é um bacharelado presencial, com aulas que podem ser ofertadas pela manhã ou à noite, de acordo com o modelo institucional de cada faculdade. Logo, você tem uma vivência diária no campus universitário.
Matérias da graduação
A formação conta com Unidades Curriculares de apresentação teórica e sistêmica sobre a constituição do Direito enquanto área do saber, discutindo as influências filosóficas, sociais, políticas e culturais que contribuíram para esse processo. Além disso, trabalha uma aprendizagem participativa e colaborativa por meio de matérias que exploram o campo de atuação dos futuros profissionais.
Conteúdos em que os estudantes participam de debates e simulações, exercitam estudos de caso e desenvolvem habilidades e competências necessárias para uma carreira sólida na advocacia. Entre os tópicos da matriz curricular estão:
- Relações Estatais, Meio Ambiente e Sustentabilidade;
- Relações Trabalhistas;
- Direito Processual Civil;
- Negócios e Contratos Jurídicos;
- Estado, Política e Direito;
- Teorial Geral do Direito;
- Bens, Posse e Propriedade;
- Relações Jurídicas Internacionais.
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
Todo aluno de Direito deverá realizar, sob supervisão docente, um projeto científico — que pode ser uma monografia ou um artigo, a depender das diretrizes curriculares da instituição. Uma vez concluído, ele será apresentado para uma banca de professores e deverá obter nota mínima para aprovação.
Estágio Curricular
Parte da sua graduação será essencialmente prática, onde você atuará com consultoria, assessoria e direção jurídicas. Esse é o momento do estágio obrigatório e não remunerado que, como como traz a lei nº 11.788/08 , pode ter carga horária de até 30 horas semanais. Essa prática pode ser realizada tanto em núcleos jurídicos próprios das instituições de ensino quanto em organizações conveniadas à universidade.
É importante frisar que essa não é a única modalidade de estágio possível. Você pode ter essa prática para além do previsto na matriz curricular do curso. É o chamado estágio não obrigatório (muitas vezes, também remunerado). Ele pode ser feito em empresas, escritórios de advocacia ou mesmo órgãos públicos com processos seletivos próprios, como é o caso dos Tribunais de Justiça e dos Ministérios Públicos .
Como trabalhar como advogado?
Assim que conquistar a sua carteira da OAB , você pode participar de processos seletivos para advogados em escritórios e empresas de advocacia. Você pode ter um vínculo CLT com eles ou atuar como associado — quando a sua remuneração fica atrelada aos processos que você orienta, assim como às práticas jurídicas que realiza.
Muitos profissionais, inclusive, começam como associados para, posteriormente, se tornarem sócios do local. Vale ainda destacar que há organizações que são especializadas em demandas de uma determinada área, como a trabalhista ou a civil, enquanto outras contam com advogados para diferentes segmentos.
Outra possibilidade é a atuação na advocacia autônoma . Nesse caso, você assume a frente da captação de clientes e vai fidelizandos os já atendidos — na era digital, as redes sociais ajudam bastante nessa meta. Assim, você vai construindo, pouco a pouco, uma cartela de clientes.
Por fim, há aqueles que prestam concursos públicos para trabalhar como defensores e os que se interessam em integrar equipes de advogados de empresas privadas (como bancos, emissoras, construtoras etc.). Ou seja, fazem uma carreira voltada para as demandas jurídicas do meio corporativo.
Quais as dicas do que estudar para ser advogado?
Neste tópico, trazemos duas dicas que contribuem para a sua preparação para o ramo da advocacia. Elas são complementadas por comentários exclusivos da coordenadora do curso de Direito da Universidade São Judas: a professora e mestre Elisabete Mariucci Lopes . Acompanhe!
Escolha a instituição de ensino certa para o seu futuro
A universidade onde você vai se formar tem um papel importante na sua preparação para se tornar advogado. Isso porque, a depender das parcerias firmadas e do reconhecimento que ela tem no mercado, é possível que ela proporcione projetos e atividades onde você terá contato com ações reais da OAB que impactam a advocacia no país.
Essa é uma forma não só de aprender novas informações técnicas, mas também de conhecer a área de atuação e de se apropriar ainda mais de conceitos jurídicos, ficando preparado para questões do Exame da Ordem que cobrem análises críticas de aspectos legais e éticos — em particular, na segunda fase, que é discursiva.
“A Universidade São Judas, por exemplo, mantém parcerias com subseções da Ordem dos Advogados do Brasil , engajando os alunos a participarem das comissões de estudantes e proporcionando vivências reais junto às comissões de ética”, descreve a Profa. Elisabete.
Treine para o exame da OAB
Outra dica sobre o que se precisa estudar para ser advogado é começar a praticar para essa avaliação. Para tanto, vale a pena ler os editais de edições anteriores, fazer as questões objetivas e discursivas de provas que já foram aplicadas e realizar simulados. Isso é importante para compreender como funciona o exame e quais conteúdos são mais frequentemente cobrados.
A depender das suas necessidades, você também pode participar de grupos de estudos, cursinhos, aulões preparatórios, entre outras atividades que o ajudem a dominar as matérias que vão cair no exame.
“Na Universidade São Judas, os professores aplicam exercícios e atividades que possuem o mesmo perfil das provas da OAB. Mas não só isso. Do sétimo semestre em diante, os alunos participam de oficinas realizadas aos sábados com professores que revisam os conteúdos recorrentes do processo seletivo”, afirma a Profa. Elisabete.
A coordenadora do curso de Direito ainda destaca a parceria inédita da Universidade São Judas e da Escola Brasileira de Direito que possibilita que os graduandos façam gratuitamente o curso preparatório para a OAB. Uma oportunidade imperdível para garantir a aprovação no exame ainda durante a faculdade.
Como são os semestres do curso de Direito?
Eles são pautados pela matriz curricular. No geral, o primeiro ano de formação tem matérias mais introdutórias, necessárias para que você tenha um panorama do que é o Direito, quais os fundamentos dele e como ele está estabelecido no cenário nacional e internacional.
Entre o segundo e o terceiro ano, você se aprofunda no que é e em como se estrutura o Poder Jurídico, conhece as perspectivas do mercado e aprende sobre as possíveis áreas de atuação em que você pode trabalhar. O quarto e o quinto ano, por sua vez, trazem uma mudança na matriz curricular. Isso porque, além das aulas, os estudantes passam a ter as práticas de estágio tão necessárias para a formação profissional.
“A partir do sétimo semestre, os alunos da Universidade São Judas passam a frequentar o Núcleo de Práticas Jurídicas , onde são realizados atendimentos às pessoas em situação de vulnerabilidade. Nesse espaço, o discente atua em casos reais sob a orientação de advogado responsável”, explica Profa. Elisabete.
Já os dois últimos semestres da sua formação, em particular, são divididos entre estágio, aulas e a construção do seu trabalho de conclusão de curso. Afinal, este é apresentado justamente no último ciclo letivo da graduação em Direito.
Como ter sucesso na graduação?
Ter um bom desempenho acadêmico não se trata apenas de obter um histórico com boas notas. É ter a certeza de que você, enquanto estudante de Direito , aproveitou ao máximo as experiências universitárias, realmente aprendeu e assimilou os conteúdos das aulas, desenvolveu diferentes habilidades e competências e saiu da faculdade efetivamente preparado para o mercado de trabalho.
Por isso, é importante adotar algumas dicas que o ajudem a se adaptar ao ritmo do ensino superior e a ser um aluno nota 10 em Direito. Veja quais são elas!
Participe das atividades extraclasse
Elas ampliam o seu horizonte de aprendizado e contato com as ciências jurídicas. Opções não faltam: projetos de extensão, oficinas, grupos de estudo, programa de iniciação científica, ligas acadêmicas, projetos sociais, comissões estudantis etc. Tudo isso aumenta o seu repertório no Direito e ainda traz a possibilidade de praticar networking.
Envolva-se com as atividades práticas do curso
Ao longo dos semestres, é comum que muitas faculdades promovam atividades práticas para conhecimento de locais de trabalho do advogado e para o contato com profissionais do mercado. É o caso de visitas técnicas, de palestras, seminários, audiências etc.
Todos esses momentos são de grande valor para você. Afinal, dá para aprender com a experiência de outras pessoas, ter um feedback de como anda o mercado na sua região, acompanhar as mudanças legais do país por meio de uma ótica mais crítica, traçar paralelos entre a teoria das aulas e o exercício profissional, pensar em novas linhas de pesquisa e iniciação científica (inclusive para o seu TCC) etc.
Faça cursos e minicursos simultaneamente à graduação
Você encontrará, tanto na sua universidade quanto em outras instituições de de ensino, opções de formações presenciais e a distância para fazer ao longo da sua faculdade. São cursos e minicursos de curta duração sobre temáticas estudadas, discutidas e simuladas em sala de aula.
Portanto, se inscrever neles é interessante porque você tem a oportunidade de se aprofundar nesses conhecimentos e ter um maior domínio das matérias, além de expandir o seu currículo profissional.
Tomou nota de tudo o que precisa estudar para ser advogado? Pois comece a se planejar para começar a sua trajetória de formação profissional. Para tanto, adote nossas dicas de aprendizado e de como melhorar o seu desempenho acadêmico para ter um currículo de destaque . Além disso, não se esqueça de avaliar bem as faculdades disponíveis e ingressar na instituição que mais dá suporte para a sua preparação para a OAB.
Gostou do post e quer se aprofundar mais no universo da advocacia? Então, não deixe de ler nosso post sobre como está o mercado de trabalho de Direito para os profissionais e o que esperar dele!