“Passamos de invisíveis a essenciais”, diz professora e enfermeira, sobre a profissão durante a pandemia
18 / Maio / 2020
2020 celebra os 200 anos do nascimento da primeira enfermeira profissional. No Brasil, comemora-se a Semana da Enfermagem entre 12 e 20 de maio
Em 2020, quando se celebra os 200 anos do nascimento da enfermeira inglesa Florence Nightingale, considerada a primeira profissional da área, a categoria passou de invisível a essencial no Brasil, devido à pandemia. É o que acredita a coordenadora do curso de Enfermagem da São Judas – Unimonte, Eneida Tramontina, com 32 anos de atuação, sendo dez na assistência direta a pacientes. No Brasil, comemora-se a Semana da Enfermagem entre 12 e 20 de maio.
Segundo a professora, infelizmente, se precisou de uma pandemia para valorizar a categoria no Brasil, situação diferente em outros países do mundo. “Até então, para muitos, éramos invisíveis, agora, nos tornamos essenciais. Antes da Covid-19, a sociedade brasileira destacava a figura do médico como a principal no mecanismo da saúde, e fazemos parte da mesma equipe. Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem também estão na linha de frente”.
Com a pandemia, ainda de acordo com Eneida, ficou claro o déficit de profissionais da saúde, especialmente da Enfermagem, o que já levou à abertura de novos postos. “Vão surgir novas vagas e uma série de possibilidades, por causa da pandemia. Teremos mais projeções de emprego e de trabalho e a necessidade de profissionais mais especializados”.
Novas possibilidades – A tecnologia e a telemedicina serão aliadas da categoria e não uma ameaça, criando outras oportunidades de atuação, em consultorias e auditorias. “A prática do cuidado nunca vai deixar de existir, não há tecnologia possível para alcançar essa função. Sempre vamos precisar de profissionais de enfermagem ao lado dos pacientes”, diz a coordenadora.
Ela ainda destaca que o profissional da Enfermagem tem a opção do empreendedorismo, ainda que muitos estejam ainda com a cabeça voltada para o trabalho nos hospitais e na gestão. “O enfermeiro pode empreender sim e atuar em consultórios particulares, clínicas de vacinação, empresas de esterilização de material médico e hospitalar. São muitas as possibilidades e colocadas justamente na área do empreendedorismo, além da assistência, da gestão, da docência e da pesquisa. Não é de hoje que temos uma ascendente na profissão. Para alguns países, essa é a década da enfermagem”.
Florence Nightingale (Florença/Itália, 12 de maio de 1820-Londres, 13 de agosto de 1910), de nacionalidade britânica, foi a fundadora da Enfermagem moderna. Ela foi a pioneira no tratamento de feridos em batalhas, ficando famosa pela sua atuação na Guerra da Crimeia.
Devido aos seus esforços e estudos, Florence conseguiu a fundação da Escola de Enfermagem no Hospital St. Thomas, na cidade de Londres, em 1860, um marco para a história da Enfermagem contemporânea. Em sua homenagem, a data de seu nascimento, 12 de maio, foi instituída como o Dia do Enfermeiro.