Culinária Afetiva foi a tônica do Sabor Universitário com pratos que remeteram ao repertório familiar
 

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Culinária Afetiva foi a tônica do Sabor Universitário com pratos que remeteram ao repertório familiar

14 / Março / 2025

Aspirante a Chef, Caique Augusto, vence o concurso com a receita da avó e leva o prêmio que garante bolsa de estudos em Gastronomia na São Judas Unimonte

A São Judas Unimonte reuniu nesta quinta-feira, dia 13, os finalistas do concurso Sabor Universitário para definir o grande vencedor. Os dois finalistas foram orientados pela Chef Jaqueline Baraúna, professora de Gastronomia da São Judas.

Os participantes selecionados se enfrentaram na missão de fazer um prato principal e miniporções para os jurados. Rosa Moraes, Embaixadora de Turismo e Hospitalidade na Ânima Educação; Marcela Lermy, Chef e Nutricionista egressa da São Judas; e Diego Brígido, Editor-chefe da Revista Nove e egresso da São Judas; que avaliaram os seguintes critérios: nome do prato, sabor, equilíbrio, apresentação, criatividade, execução, organização e higiene.

Para Rosa Moraes, a técnica e o conceito da receita são fundamentais, assim como o equilíbrio dos elementos no prato. No entanto, ela destacou que “a memória afetiva sempre entra como um tempero especial”. Já Diego Brígido ressaltou que a gastronomia tem o poder de contar histórias e criar conexões emocionais: “Quero ver pratos que tragam repertórios, que não sejam apenas bonitos e saborosos, mas que me remetam a um momento especial”.

Marcela Lermy complementou dizendo que, nesse estágio, o mais importante é a criatividade: “A técnica pode ser aprendida com o tempo, mas o desejo de criar, o entusiasmo e a vontade de apresentar algo bonito fazem a diferença. Aqui, estamos julgando quem quer mais, e não necessariamente quem é melhor”.

Os participantes contaram com a orientação da chef Jaqueline Baraúna, que destacou o desafio de ensinar e julgar ao mesmo tempo. “O desafio é duplo: para quem ensina e para quem aprende. Como instrutor, é preciso manter a calma do competidor para que ele consiga transmitir a melhor energia para o prato. Já do lado do participante, além da execução, é essencial conhecer o prato que está preparando. O que motivou essa escolha? Qual a história por trás dele? Isso faz toda a diferença”, afirmou. Segundo Jaqueline, a cozinha afetiva tem um papel essencial, pois carrega memórias e cultura. “Pratos com esse toque especial são sempre lembrados”.

Entre os destaques da competição, o aspirante a chef Caique Augusto apresentou o prato “Recomeço”, inspirado na sua avó. “Quando eu tive que pensar no prato, a primeira coisa que veio à minha mente foi um desafio que tenho no futuro, um evento, e minha avó, que marcou minha trajetória na cozinha. Ela fazia um prato simples, mas com um sabor único: batatinha à vinagrete com pimentas coloridas. Isso sempre me marcou e fez parte do meu repertório. Quis trazer algo que misturasse frio e quente ao mesmo tempo, saindo um pouco do purê e das lâminas de batata que eu costumo fazer. Foi um desafio, mas fiquei feliz com o resultado”.

a aspirante a chef Bruna Ferreira trouxe o prato “Minha História”, uma reprodução do Meca Santista, resgatando memórias de sua trajetória na gastronomia. “Cozinho desde os 12 anos e sempre fui apaixonada pela gastronomia. Em 2012, comecei um curso técnico, mas até então só fazia pratos simples para casa. No final do curso, em 2013, um chef apresentou um prato que me marcou profundamente. Foi a primeira vez que experimentei uma combinação de sabores tão especial. Aquilo me inspirou. Eu fiz o prato para minha família, e ver a reação deles foi emocionante. Quando surgiu a oportunidade dessa competição, eu sabia que esse seria o prato que eu apresentaria. Ele representa minha história, minha trajetória e minha identidade na cozinha. Trazer isso para um ambiente competitivo foi incrível. Só tenho a agradecer”.

Com pratos que resgataram histórias pessoais, a competição se consolidou como uma celebração da gastronomia afetiva, destacando a importância da criatividade e da conexão com a comida. Os participantes foram premiados com bolsas de estudo, e o grande vencedor foi Caique Augusto, com o prato “Recomeço”.