Se você fez ou vai fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com o objetivo de conquistar uma vaga na graduação, deve estar se perguntando quantas questões precisa acertar para tirar uma nota boa no Enem, certo? Acontece que a resposta para essa dúvida não é tão simples.
Isso porque um resultado bom é relativo: depende do curso desejado, da quantidade de inscritos, da instituição de ensino superior, do programa em que você vai se inscrever, entre muitas outras variáveis. Mas não se preocupe: alguns parâmetros ajudam a ter uma ideia se o seu desempenho é suficiente.
Neste post, vamos explicar alguns deles, como a nota mínima dos principais programas governamentais que usam o Enem e o funcionamento da nota de corte. Continue com a leitura e confira!
Existe nota mínima no Enem?
Em teoria, não há nenhuma pontuação específica para ser aprovado ou não no exame. Lembre-se de que, em primeiro lugar, o Enem é uma avaliação de desempenho dos estudantes que estão concluindo o ensino médio, de modo que todos os resultados são importantes para o diagnóstico da educação básica brasileira.
Só falamos de aprovação quando o Enem é usado como uma ferramenta em outros programas ou processos seletivos. E, nesse caso, os critérios de seleção e a pontuação necessária variam bastante.
Para que você entenda melhor, vamos tomar como exemplo um dos principais programas governamentais que usam o Enem como requisito para inscrição e critério de classificação dos candidatos: o Programa Universidade para Todos (Prouni), que concede bolsas de estudo integrais e parciais em faculdades privadas.
Nele, existe uma nota mínima para se inscrever: é necessário ter feito pelo menos 450 pontos nas provas objetivas e não ter tirado zero na redação. Mesmo assim, não basta ter essa pontuação. É importante lembrar que só conseguem as bolsas os alunos mais bem classificados. E, quanto maior a nota, melhor é a classificação!
A mesma lógica vale para o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), outra iniciativa do Governo Federal que utiliza o Enem. Aqui, o que está em jogo são linhas de crédito estudantil para financiamento da faculdade com juros baixos e um longo prazo de pagamento.
Agora, para quando o Enem é usado para ingresso direito na universidade (em substituição ou como complemento a outros tipos de vestibular ), cada instituição de ensino tem seus critérios.
Mas como calcular a nota do Enem?
A primeira coisa que você deve saber é: a nota do Enem não corresponde ao número de acertos. Entenda um pouquinho sobre o cálculo das notas em cada prova!
A nota das provas objetivas
Em teoria, as notas de todas as provas podem ir de 0 a 1.000. Porém, há um complexo cálculo por trás da pontuação do Enem: a teoria de resposta ao item (TRI), um modelo estatístico famoso por ser o “sistema antichute” do exame.
Basicamente, a TRI leva em conta diferentes pesos em cada questão e a coerência nas respostas do candidato. Devido a esse sistema, é praticamente impossível prever qual será a nota com base no número de acertos.
Mas é claro que candidatos que acertam mais tendem a ter notas mais altas, a não ser que o sistema identifique a probabilidade de chutes. Isso ocorre quando você acerta mais questões difíceis do que fáceis e médias, por exemplo.
Por isso, uma das dicas de estudo para melhorar seu resultado é focar nos tópicos básicos e intermediários de cada matéria, para ter um desempenho mais consistente.
A nota da redação
Na redação, o candidato também pode tirar uma nota de 0 a 1.000, mas o cálculo é mais simples: existem 5 competências avaliadas e, para cada uma delas, os corretores atribuem uma nota de 0 a 200 pontos. Veja quais são:
- Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa;
- Compreender a proposta de redação;
- Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações;
- Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação;
- Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado.
Desse modo, se você tiver um ótimo desempenho nessas habilidades, pode chegar muito perto do famoso resultado nota 1.000.
A média final
A nota final do participante é obtida pela média ponderada das pontuações de todas as provas, ou seja:
- Linguagens, Códigos e suas tecnologias;
- Matemática e suas tecnologias;
- Ciências Humanas e suas tecnologias;
- Ciências da Natureza e suas tecnologias;
- Redação.
Basta somar a pontuação de cada uma dessas provas e, depois, dividir o total por 5 . O resultado será a média final.
Como calcular o peso das questões do Enem?
O peso das questões não é divulgado aos candidatos, e esse cuidado é importante para que a avaliação estatística feita na TRI seja o mais justa possível. No entanto, é importante entender que o sistema de pontuação é projetado para representar adequadamente o desempenho dos participantes. Então, você não precisa se preocupar com isso, tudo bem?
Agora, uma dica em relação a pesos que pode ser útil no seu plano de estudos é observar se a instituição ou o programa em que você tem interesse atribui uma maior relevância a alguma matéria. Nesse caso, o cálculo da média final pode ser alterado.
Por exemplo, em um curso de Ciências da Computação, pode ser que determinada faculdade dê maior peso às pontuações de Matemática e Ciências da Natureza. Já em um curso de Psicologia , você pode ter uma nota melhor se tiver mais pontos em Linguagens e Ciências Humanas.
Por isso, sempre verifique os pré-requisitos e os critérios de classificação no processo seletivo desejado.
Qual é considerada uma nota boa no Enem?
Como você já percebeu, não existe uma definição oficial do que seria uma nota boa no Enem. Porém, olhando para o desempenho médio dos alunos, podemos dizer que uma nota em torno de 500 pontos já abre portas para uma boa graduação .
Quanto mais concorrido é o curso — por exemplo, Medicina ou Direito —, mais alta deve ser a pontuação. Nesses, as notas de corte costumam ficar acima de 700 pontos e até mesmo ultrapassar 800 pontos em algumas instituições de ensino.
O que é a nota de corte do Enem?
Falando nisso, você sabe o que é nota de corte? Basicamente, é a pontuação mínima necessária para que um candidato seja selecionado em determinado curso e instituição durante os processos seletivos.
Mas atenção: esse conceito não ddve ser confundido com o de nota mínima. Na verdade, o “corte” não é estabelecido antes, como se fosse um pré-requisito. Trata-se apenas de um dado observado após o preenchimento das vagas em questão. A pontuação do último candidato classificado é a nota de corte.
Olhar como foi essa média nos últimos anos, no curso e na instituição desejada, é um bom parâmetro para se ter ideia de quantos pontos você precisa fazer para ter uma chance de aprovação.
Diante desta leitura, você conseguiu entender que o significado de uma nota boa no Enem depende de muitos fatores? Em geral, olhar para as notas de corte anteriores no curso desejado é uma boa pedida. No mais, foque em estudar bastante e em dar o seu melhor. Assim, você certamente terá um bom resultado.
Além disso, lembre-se de que há muitas opções para o ingresso no ensino superior. Veja algumas delas no nosso post sobre o que fazer se você tirar uma nota baixa no Enem !