Furão recém-nascido é o novo hóspede do Ceptas, em Cubatão
31 / Janeiro / 2020
A fêmea encontrada em Itanhaém recebe alimentação a cada 30 minutos
Um furão recém-nascido é o novo hóspede do Ceptas (Centro de Pesquisa e Triagem de Animais Selvagens), mantido em Cubatão, pela São Judas – Unimonte.
Com cerca de 15 dias de vida, o animal, da espécie Galictis Cuja, ou, popularmente conhecido como furão-pequeno, foi levado pela Polícia Ambiental de Itanhaém no último dia 21 de janeiro.
Tinha, então, uma semana de vida e cerca de 150 gramas. O veterinário e gestor do Ceptas, Lucas Porto, disse que o bebê furão é uma fêmea e que chegou hipotérmica e desidratada, além de apresentar escoriações superficiais no corpo. “Era tão recém-nascida que ainda estava com os olhos fechados”.
Com os cuidados especiais da equipe de Medicina Veterinária do Ceptas, hoje o furão já está com os olhos abertos e mamando na mamadeira de 60 a 70 ml de leite por dia. Detalhe: o leite zero lactose com suplementação de proteína animal é oferecido a cada 30 ou 40 minutos, porque ela mama pequenas quantidades.
Diariamente, a bebê furão toma banho de sol e é mantida em sala com temperatura adequada para a sua espécie. Além disso, recebe estímulo para defecar e urinar, função que seria da mãe dela, se ela estivesse na natureza.
“Nosso objetivo é cuidar dela até que desenvolva o instinto natural para caçar sozinha e voltar à natureza, oferecendo a ela uma segunda chance de viver no meio livre, seu verdadeiro habitat”, destaca Lucas.
A recém-nascida foi resgatada por populares que a entregaram na base da Polícia Ambiental de Itanhaém, órgão que a levou ao Ceptas. “Eles agiram da forma correta. Quando se encontra um animal selvagem fora do seu habitat, sempre que possível e seguro, é importante encaminhá-lo aos órgãos ambientais ou chamar a Polícia Ambiental para efetuar o resgate”.
Furão-pequeno – A espécie é comum na América do Sul, incluindo o Brasil, mais precisamente no leste e no sudeste do País. São animais carnívoros, alimentando-se de roedores, aves, sapos, lagartos, cobras e seus ovos. Vivem sob troncos de árvores ou pedras e em tocas que eles mesmos podem cavar, perto de locais úmidos, florestas e também áreas abertas.
Ceptas – Ligado ao curso de Medicina Veterinária da São Judas – Unimonte, o Ceptas é referência no tratamento e na reabilitação de animais selvagens na Baixada Santista. Existe desde 2007 e, no Parque Cotia-Pará, em Cubatão, sua sede atual, funciona desde 2014, em parceria com a Prefeitura de Cubatão.
Sua proposta é de preservação das espécies e sua reinserção na natureza, sempre que possível, ou seu destino a organizações ambientais credenciadas.
Grande parte dos animais que se encontram no Ceptas são vítimas de tráfico e de caça.